20 DE NOVEMBRO
317 Anos da Morte de Zumbi e Dia
Nacional da Consciência Negra
O dia 20 de
novembro é comemorado em todo o Brasil como o Dia Nacional da Consciência
Negra, e foi uma conquista importante encabeçada pelo Movimento Negro Unificado
– MNU, em 1978. A
mesma data já havia sido sugerida em 1971, como o Dia do Negro, pelo militante
e poeta Oliveira Silveira, no Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul.
O Dia da
Consciência Negra é celebrado e dedicado à reflexão sobre a inserção do negro
na sociedade brasileira. Essa data foi sugerida por ser o dia da morte de
Zumbi dos Palmares, em 1695, após a brava resistência dos palmarinos por
dignidade e liberdade. Também considerado por muitos, como um marco inicial da
luta por direitos iguais, cidadania e liberdade no Brasil, o dia 20 de
novembro é tido como a data da imortalidade de Zumbi dos Palmares.
Importante
lembrarmos que, quando os Portugueses chegaram ao Brasil não existia mão de
obra, com isso eles tentaram de todas as formas domesticar os nativos ( índios
) para o trabalho. Como não conseguiram, devido a enorme resistência houveram
muitos conflitos e com isso a dizimação de milhões de índios principalmente em
nosso litoral.
317 Anos de
Imortalidade de Zumbi dos Palmares
Zumbi
nasceu em 1655 e seria descendente de guerreiros angolanos, vivia em um
desses povoados espaçados, coordenados por uma liderança geral os chamados
Quilombos. Capturado ainda criança, por
soldados foi entregue a Padre Antonio Melo, de Porto Calvo, o mesmo o
educou na língua portuguesa e latim aos 12 anos de idade.
Zumbi foi
batizado com o nome de Francisco, e em 1670, com quinze anos, ele fugiu e
voltou para o que considerava sua casa, o Quilombo. Cresceu e tornou- se o
mais famoso líder quilombola brasileiro, pela sua luta contra a escravidão,
Zumbi foi eleito em assembléia, estância máxima de decisão dos quilombos, chefe
do Quilombo dos Palmares, após Ganga zumba, primeiro grande líder do quilombo.
O
quilombo, chamava-se dos palmares em razão do grande número de palmeiras
encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de
Pernambuco, hoje, estado de Alagoas, os portugueses denominaram o local de
palmares. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola
Pequena), a capital de seu reino era Macaco, na Serra da Barriga, e os quilombos
coloniais, que na língua banto significam "povoação",
funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de
resistência à escravidão.
Palmares teria constituiu-se como abrigo não só de negros,
mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo
colonizador. Embora essa versão seja contestada por alguns movimentos e
filósofos que afirmam que o maior e mais famoso dos quilombos, só abrigavam os
negros fugitivos.
O fato
que chama bastante atenção é que lá viviam cerca de vinte mil habitantes, que
viviam em regime de mutirão, todos tinham tarefas e tudo o que era produzido
pertencia a todos. Nos engenhos e senzalas, se comentava que Palmares era parecido
com "a terra prometida", e Zumbi, tido como eterno e imortal,
era reconhecido como um protetor leal e corajoso.
Zumbi
foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da
resistência anti-escravagista colonial. Por isso incomodava a coroa portuguesa,
pois o sonho de uma vida melhor, numa terra onde todos viveriam livres se
espalhava e tomava conta das senzalas de canto a canto, ou seja, representava
uma ameaça ao poder vigente. Por isso trouxeram Domingos Jorge Velho, bandeirante
de São Paulo, com a tarefa de destruir Palmares, pois para o império
português, que consolidava o domínio colonial, aniquilar Palmares era uma
questão de honra.
Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões,
Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco,
principal povoado de Palmares. Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro
de 1695, vítima da traição de Antônio Soares, seu corpo foi perfurado por balas
e punhaladas e depois levado a Porto Calvo. Sua cabeça foi decepada e remetida para
Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser
consumida pelo tempo.
Apesar da morte de Zumbi, outros
negros continuavam a se rebelar e lutar por sua liberdade, e outros quilombos
surgiram com o exemplo deixado pelo povo de Palmares e sua luta pela liberdade,
que durou quase 100 anos.
Logo, devido a enorme revolta
popular e com os constantes casos de fuga e rebelião de escravos, o império
Português foi obrigado, no ano de 1888, a lei Áurea através da Princesa
Izabel.
A luta pela Liberdade e Igualdade Social
Hoje em Dia
Lei do Dia Nacional da Consciência Negra
No ano de
2003, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, promulgou a lei
10.639,onde incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em
que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
Nas escolas
as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros
no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade
nacional propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas
áreas social, econômica e política ao longo da história do país. Apesar dessa
luta secular, ainda hoje é árdua a luta da comunidade negra por melhores
condições de existência.
Ainda
estamos longe de chegarmos a plena igualdade social, o que vemos hoje são
algumas atitudes que servem mais como paliativo, cotas e participações em
determinadas áreas, não significam a busca por solução do problema e sim
remendos em uma coxa de retalhos. De fato, só iremos adquirir a verdadeira
igualdade quando rompermos de vez com os atrasos oriundos da sociedade em que
vivemos, da mesma forma que os escravos liderados por Zumbi dos Palmares
lutaram por sua libertação, é necessário rompermos com a sociedade atual, a
sociedade capitalista para conquistarmos a nossa verdadeira igualdade e
liberdade.
VIVA O 20 DE NOVEMBRO, DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA!
VIVA ZUMBI, SUA IMAGEM E SEMELHANÇA!