85 Anos do Mestre Ariano Suassuna
Ariano Vilar Suassuna nasceu em João Pessoa, aos 16 de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no sertão, na Fazenda Acauhan, em Taperoá. Com a Revolução de 30, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde
terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano e no Colégio
Osvaldo Cruz. Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio
Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar,
viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça
Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a
1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São
desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da
Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada,
em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro
brasileiro”.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se
professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte
foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia.
Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem
da Vaca e o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois
no Festival Latino-Americano de Teatro.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho,
fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa
Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60,
interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de
Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça
Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se
como professor em 1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura
(1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de
Extensão Cultural da UFPE (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em
1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no
conhecimento das formas de expressão populares tradicionais.
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de
ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do
Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol
da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular
brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre
a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre,
constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada,
dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras
são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do
município.Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes
produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna,
dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.
Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca;
em 2008,
foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde
no carnaval paulista.
Advocacia e teatro
Na Faculdade de Direito do Recife,
conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro
do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol.
Em 1948,
sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa). Entre
outras.
Em 1955, Auto da
Compadecida o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato
Magaldi diria que a peça é "o texto mais popular do moderno
teatro brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada
exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão
e para o cinema.Movimento Armorial
Ariano foi o idealizador do Movimento Armorial,
que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura
popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura
orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música,
dança,
literatura,
artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura,
entre outras expressões.
Academia Pernambucana de Letras
Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras,
cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.
Comissão de Relações Exteriores do Senado Indica Ariano Suassuna ao Nobel de Literatura
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou na quinta-feira 24 de maio de 2012, a indicação do escritor Ariano Suassuna, para concorrer ao Prêmio Nobel de Literatura de 2012. Agora todos nós aguardamos a possibilidade real desse Paraibano/Pernambucano ganhar esse tão importante prêmio que só vira a coroar a sua brilhante contribuição para literatura e artes para toda a humanidade.Fonte: Wikipédia
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