quarta-feira, 4 de abril de 2012

Dois Sem Terra Mortos a Bala em Pernambuco em 10 dias

Postado no Blog do Zé

Dois sem terra mortos à bala em Pernambuco em 10 dias

Publicado em 03-Abr-2012
ImageÉ intolerável e gravíssima a segunda morte por encomenda em Pernambuco, ocorrida ontem, pouco mais de uma semana depois do assassinato de outro trabalhador rural sem terra. Em pleno século XXI, a manutenção de uma situação dessas é inaceitável! Com a palavra os governos do Estado e Federal, a Polícia Federal (PF) e os órgãos policiais do Estado.

Decididamente não há como transigir e contemporizar com crimes políticos e de encomenda, com essa volta - ou continuidade - da pistolagem de aluguel no Estado e no País. Mas, o fato é que, infelizmente, não adiantaram as denúncias e protestos do Movimento dos Sem Terra (MST) na semana passada contra a violência e ameaças aos assentados em Pernambuco, feitos após o assassinato de Antônio Tiningo.

Na manhã de ontem, outro trabalhador rural sem terra, Pedro Bruno, foi assassinado a tiros. Leiam a nota Mais um líder do MST é assassinado em Pernambuco  publicada semana passada e o post abaixo  


  Violência no campo no Estado é regra e não exceção .


O crime encomendado, o assassinato de Pedro Bruno, ocorreu perto do engenho Pereira Grande, no município de Gameleira, ao Sul da Zona da Mata. Bruno, trabalhador do Assentamento Dona Margarida Alves, foi morto quando se dirigia a outro assentamento. Em nota, o MST afirma acreditar que o assassinato foi uma retaliação à reocupação do engenho Pereira Grande ocorrida na madrugada do domingo pp.

Há bem mais de meio século - e as Ligas Camponesas nos anos 50/60 do século passado comprovam isto, Pernambuco é um dos Estados onde se registram os mais violentos e continuados conflitos pela posse da terra no país.

 Violência no campo no Estado é regra e não exceção
Publicado em 03-Abr-2012
Tradicionalmente um dos Estados com história de maior violência no campo, Pernambuco, onde foi assassinado ontem o sem terra Pedro Bruno - a segunda morte encomendada no estado em duas semanas - é uma emblemática amostra  da disputa pela terra no Nordeste do país. Leiam, acima, Dois sem terra assassinados em Pernambuco em 10 dias.

De propriedade da Usina Estreliana, a fazenda em que foi assassinado o trabalhador foi declarada de interesse social para fins da reforma agrária em 2003. Mas, com uma série de recursos, a empresa barrou o processo de desapropriação e ele permanece pendente até hoje.

O MST denuncia, ainda, que a Usina Estreliana foi responsabilizada por vários crimes trabalhistas. Em janeiro de 2010 seu proprietário, Gustavo Costa Albuquerque Maranhão, foi condenado a 4,5 anos de reclusão por não pagar ao INSS mais de R$ 600 mil de contrbiuições previdenciárias que descontara de seus funcionários.

Violência e ameaças cotidianas


Na série de crimes anunciados, as mortes dos trabalhadores rurais se repetem. A violência na região é cotidiana, como exemplifica o MST ao lembrar o ato do dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), no mesmo Engenho Pereira Grande em que 200 mulheres ligadas ao MST foram cercadas por pistoleiros da usina, que disparam vários tiros contra as camponesas que pediam a desapropriação da área.

A nota do MST também afirma que, junto com organizações de direitos humanos, não é de hoje que a violência em Pernambuco está sendo denunciada: “Pistoleiros recebem R$ 50,00 por dia para atirarem contra trabalhadores rurais Sem Terra; fazendeiros andam armados e ameaçam agricultores até mesmo em suas próprias casas; a polícia atua como segurança privada de fazendas, intimidando e ameaçando famílias sem terra; delegados, juízes e promotores legitimam o uso de violência e de milícias armadas por parte de proprietários de terra; trabalhadores rurais desaparecem e são mortos em emboscadas”.

Espera-se que, dessa vez, as denúncias sejam ouvidas e os braços das autoridades descruzados, provando aos mandantes dos crimes – sejam eles quem forem – que esta não é uma terra sem lei.

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