sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Trabalhadores de Suape Continuam de Greve

                  Clima de tensão faz empresas liberarem trabalhadores novamente Segundo empresas, houve ameaça de incendiar ônibus e questionamento sobre desconto dos dias parados e cesta básica. Medo de conflito fez chefias optarem por encerrar expediente




Juliana Cavalcanti - Diario de Pernambuco



O que parecia ser a retomada de mais um dia de trabalho se transformou em mais um dia de tensão na obra da Refinaria Abreu e Lima. Após a entrada tranquila no início da manhã, um grupo de trabalhadores começou a questionar o desconto dos dias parados durante a greve e o pagamento das cestas básicas, o que fez retornar a tensão no local. Neste momento, os trabalhadores estão sendo liberados pelas chefias, segundo o Sindicato da Indústria Nacional da Construção Pesada (Sinicon), devido ao medo das chefias de que algo mais grave aconteça.



"Houve um início de quebra-quebra e ameaça de incendiar os ônibus dos engenheiros. Para preservar a integridade dos trabalhadores, as empresas decidiram liberar os funcionários, que neste momento estão voltando para casa", explicou Margareth Rubem, advogada do Sinicon, que neste momento se prepara para entrar em reunião com os representantes das empreiteiras responsáveis pela obra, para decidir que posicionamento será tomado.

O retorno dos trabalhadores à obra deveria ter acontecido desde a última quarta-feira, depois que a Justiça do Trabalho decretou a ilegalidade da greve iniciada oficialmente no dia 1º de agosto.

No entanto, após assembléia que comunicou a decisão judicial, um grupo de descontentes iniciou protesto que terminou com quatro ônibus incendiados e apedrejamento do carro de som do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada (Sintepav). A polícia precisou agir para conter a manifestação e chegou a utilizar balas de borracha e bombas de efeito moral.

Ontem (quinta, 09/08), o que impediu o reinício das atividades foi uma paralisação dos motoristas – com receio de novos protestos e reclamando falta de segurança. Menos de 50% dos funcionários da obra da refinaria compareceram, sendo liberados em seguida devido ao clima tenso no local. À tarde, foi a vez dos operários da Petroquímica Suape serem dispensados, depois de várias pessoas receberem telefonemas com ameaças de apedrejamento dos ônibus no fim do turno.

O que está em jogo?
A contribuição sindical dos cerca de 50 mil trabalhadores da construção pesada seria um dos motivos de uma disputa que tem gerado os conflitos nas negociações trabalhistas, como mostra matéria da repórter Micheline Batista, hoje, no Diario de Pernambuco (para assinantes). Em um ano, as contribuições totalizam aproximadamente R$ 3,6 milhões.

Para o professor do Centro de Educação da Universidade de Pernambuco, Daniel Rodrigues, em entrevista ao Diario desta sexta, o problema é típico de obras que mobilizam grandes contingentes de trabalhadores. Leia entrevista completa na edição de Economia do Diario (para assinantes).

Fonte: DP

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