Na construção civil, 302 mil fizeram greve no primeiro semestre
Balanço da Fenatracop mostra que, em
agosto,51
mil decretaram paralisações e ainda estão em greve
São Paulo – A Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção Pesada (Fenatracop) divulgou hoje (23) balanço dando conta que
302.600 operários do setor de infraestrutura e da construção em geral estiveram
em greve no primeiro semestre do ano em 20 dos 27 estados brasileiros. Em
agosto, 51 mil decretaram paralisações e ainda estão em greve nas obras de
construção da Refinaria Abreu e Lima, e no Complexo Petroquímico de Suape, em
Pernambuco.
O presidente da entidade, Wilmar Gomes dos Santos, afirma que motivam esses
movimentos a fragilidade das relações do trabalho "justamente em um setor
que responde por 9,2% na composição do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o
IBGE". "Os trabalhadores estão expostos constantemente à precariedade
nos canteiros de obras, desigualdades salariais regionais e ausência de
perspectiva de melhores condições de vida", diz.
De acordo com o levantamento, as greves estão concentradas nas obras do
Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) – construção, montagem industrial e
óleo e gás, preponderantemente nas regiões Nordeste, Norte e Centro Oeste.
As paralisações ocorrem onde os salários, o pacote de benefícios e as
condições de trabalho são os piores. Os pisos salariais do Norte, Nordeste
e no Centro-Oeste são perto de 30% menores que os do Centro Sul, assim
como as médias dos demais salários e benefícios.
Segundo a Fenatracop, os movimentos mais expressivos ocorreram nas obras das
usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira,
em Rondônia, tendo como consequência incêndio nos alojamentos e
até prisões de funcionários. Os acontecimentos levarão o consórcio Energia
Sustentável do Brasil (ESBR) a ser convocada a prestar depoimento aos deputados
na CPI do Tráfico de Pessoas.
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